Chamada para nº 57 - Intimidades femininas na literatura portuguesa

Intimidades femininas na literatura portuguesa
Organizadores: Vanda Anastácio (Universidade de Lisboa/Centro de Estudos Clássicos), Ana Comandulli (Unirio/PLLB) e Andreia Castro (UERJ/PLLB)

Prazo para submissão: até 30 de junho de 2026.
Publicação prevista para: janeiro de 2027.

Se a história das mulheres é um projeto em construção que esbarra frequentemente com o silêncio das fontes, com o ocultamento de informação e com a dificuldade em encontrar documentos que permitam reconstruir as trajetórias e a produção escrita das mulheres do passado, a história das intimidades femininas parece ser um território ainda menos conhecido. Neste número da revista Convergência Lusíada, pretende-se incentivar a reflexão acerca do modo como se vai projetando, ao longo do tempo, na literatura portuguesa, a percepção da esfera íntima das mulheres. Partindo dos pressupostos de que 1) a noção de intimidade é historicizável, varia ao longo do tempo e difere de sociedade para sociedade; 2) de que a intimidade se constrói na negociação entre a consciência de si e os relacionamentos estabelecidos com os outros e 3) de que a intimidade se situa no limite do que é público e do que é privado, solicita-se aos interessados nesta temática que dêm a sua contribuição para ampliar os horizontes do que se conhece acerca da produção escrita sobre esta área da experiência humana, no feminino, em português.

A natureza e abrangência do tema permite, cremos, abordagens a partir de ângulos multidisciplinares, que intersecionem questões de gênero e de classe com valores e experiências de diferentes etnias, afiliações religiosas e grupos sociais. São bem vindas as propostas de abordagem de histórias de vida relativas à experiência feminina da  imigração, das escritas femininas da intimidade e, ainda, do modo como são tratados, em egodocumentos e em textos de ficção – de autoria de homens e de mulheres –, os tabus relativos a questões como a sexualidade, a fertilidade e a infertilidade  femininas e as diversas formas e tentativas de apropriação do corpo das mulheres por figuras de autoridade e por instâncias de poder, no passado e no presente.