O trem e a nação. Os sertões e a modernidade na Belle Époque

  • Carmem Negreiros Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
Palavras-chave: Trem, Nação, Belle Époque, Natureza, Viagem

Resumo

No final do século XIX e início do século XX, escritores e escritoras se envolvem num projeto de redescoberta do Brasil facilitado pelas viagens, principalmente de trem, que levaram a diferentes lugares, entre eles os sertões, um enclave no esboço de nação que provocou respostas instigan­tes às contradições observadas. A partir de textos escolhidos de Nestor Ví­tor, Julia Lopes de Almeida, Afonso Arinos, Coelho Neto, Alberto Rangel, Euclides da Cunha, Monteiro Lobato e Lima Barreto, pretende-se expor as tensões das viagens em busca da brasilidade que resultaram em dis­cursos e modos de ver o país, e a cultura, que ainda hoje permanecem em disputa.

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Biografia do Autor

Carmem Negreiros, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

É Professora associada do Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), bolsista CNPq e Cien­tista de Nosso Estado/CNE/FAPERJ. Doutora e mestre em Teoria Literária pela UFRJ. Possui artigos publicados sobre Lima Barreto, sendo o mais recente “De retalhos e redes faz-se um romance: a criação em Lima Bar­reto” na Manuscrítica: Revista de Crítica Genética, (51), 68-83, 2024. Entre seus livros, destacam-se Lima Barreto/Triste fim de Policarpo Quaresma da Coleção Archives/UNESCO, organizado com Antonio Houaiss, em 1997; Lima Barreto, caminhos de criação (em parceria com Ceila Ferreira, publi­cado pela EDUSP, 2017) e Lima Barreto em quatro tempos (Relicário, 2019). Coordena o LABELLE- UERJ - Laboratório de estudos de literatura e cul­tura da Belle Époque http://labelleuerj.com.br/

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Publicado
2024-04-21
Como Citar
Negreiros, C. (2024). O trem e a nação. Os sertões e a modernidade na Belle Époque. Convergência Lusíada, 35(Esp.), 41-69. https://doi.org/10.37508/rcl.2024.nEsp.a1265