Quando Camões falou Alemão

Autores

  • Maria Aparecida Ribeiro Universidade de Coimbra / CLP

DOI:

https://doi.org/10.37508/rcl.2025.nEsp.a1399

Palavras-chave:

Camões, personagem de drama de artista (künstlerdramen), personagem de ópera, Catarina de Ataíde, domínio espanhol

Resumo

Depois que Schlegel divulgou, na Alemanha, em 1803, o artigo Beiträge zur Geschichte der modernen Poesie und Nachricht von provenzalischen Manuskripten, onde estabelece relações entre Os Lusíadas e a vida de seu autor; e, em Dichtergarten (1807), incluiu um soneto dedicado a Camões (“An Camoëns”), confrontando o destino ingrato do poeta com aquilo que fizera pela Pátria, ao mesmo tempo em que o toma como modelo de patriotismo, numa alusão à atitude necessária contra a ocupação do território alemão por Napoleão Bonaparte, vários textos dramáticos surgiram em torno da vida do autor de Os Lusíadas. Era a moda dos dramas de artista (künstlerdramen). Wilhem von Chèzy, Uffo von Horn, Friedrich Halm e Hermann Theodor Schmid escreveram peças, embora nenhuma delas tenha característica de tal gênero. Também Friedrich Adolf Ferdinand Flotow e Gustav Heirich Gans zu Putlitz dedicaram uma ópera a Camões.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maria Aparecida Ribeiro, Universidade de Coimbra / CLP

Licenciada em Português e Literatura pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ, 1967), Mestre em Literatura Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, 1977); Doutora em Letras (UFRJ, 1980). Professora da UERJ (1969-1990), colaborou também com a Universidade Federal Fluminense e com a Uni-Rio. Professora da Universidade de Coimbra (1990-2012), onde fez sua Agregação (2008), dirigiu o Instituto de Estudos Brasileiros e coordenou o Projeto Tempus. Entre suas últimas obras destacam-se: A Carta de Caminha e seus Ecos (2003); Drummon(d)tezuma – correspondência entre Carlos Drummond de Andrade e Joaquim Montezuma de Carvalho (2004); Drummond em Coimbra (2004); Camões. Máscaras dramáticas. Dinamarca (2014); Manuel, Bandeira de uma língua (2025). Tem inúmeros artigos publicados em revistas nacionais e estrangeiras. É membro integrado do Centro de Literatura Portuguesa e membro colaborador do Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos.

Referências

AGUIAR E SILVA, Vitor Manuel de (coord.). Dicionário de Luís de Camões. Lisboa: Caminho, 2011.

HALM, Friedrich. Camoens, Dramatisches Gedicht in einem Aufzuge. Viena: Carl Gerod, 18432.

HORN, Uffo. Camoens im Exil. Dramatisches Gedicht in einem Uct. Wien: Verlag und Drudvon Anton Mausberger, 1839.

PUTLITZ, Gustav zu (text); FLOTOW, Friedrich von (music). Indra. Romantische Oper in drei Aufzungen. s.n.t., 1852.

RIBEIRO, Maria Aparecida. Camões. Máscaras dramáticas. Dinamarca. Coimbra: Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos, 2012.

SAINT-GEORGES, M. de; FLOTOW, M. Alma, L’Enchenteresse (opéra en quatre actes adapté a la scène italienne par A.de Lauzières). Alma, L’ Incantatrice (opera in quattro atti adattata alla scena italiana da A. de Lauzières). Paris: Léon Scudier Éditeur / Calman Lávy Éditeur, 1878.

SAINT-GEORGES, M. de; FLOTOW, M. L’Esclave de Camoens. Opéra-comique en un acte. Paris: Beck, Éditeur, 1843.

SCHMID, Herman Theodor. Camoens. München: Trauerspiel in fünf Akten, 1843.

VON CHÈZY, Wilhelm. Camoens. Bayreuth: Grau’fchen Buchhandlung,1832.

Downloads

Publicado

2025-12-10

Como Citar

Ribeiro, M. A. (2025). Quando Camões falou Alemão. Convergência Lusíada, 36(Esp.), 161–180. https://doi.org/10.37508/rcl.2025.nEsp.a1399