O circuito da produção de um impresso pornográfico: estratégias e táticas

  • Natanael Duarte de Azevedo
  • Socorro de Fátima Pacífico Barbosa

Resumo

O presente artigo busca observar o lugar de autoria assumido pelos jornais pornográficos, ditos licenciosos, que circularam no cenário luso-brasileiro durante o século XIX. Para esse trabalho, objetivamos analisar no jornal A Pérola os papéis de autoria anônima, de acordo com o modelo de circuito de impressos, proposto por Darnton (2010) que via a autoria presente nas teias da materialidade do texto. Essa prática de reconhecer a materialidade do texto e a prática de leitura durante uma investigação segue o que propõe Darnton (2010, p. 145): “Com efeito, a tipografia, o estilo e a sintaxe determinam como os textos transmitem os sentidos.” Por fim, tentaremos perceber a dialética presente na relação dual estratégia/tática-editor/leitor, segundo de Certeau (2012), para compreendermos a motivação do consumo em grande escala de um produto proibido – os jornais licenciosos, ou jornais “para serem lidos com uma mão só”, eram repudiados por uma sociedade que se matinha sob a ótica do poder do cristianismo, do Estado e da medicina – burlando o sistema censório luso-brasileiro em nome do lucro (editores e impressores) e do prazer (leitores e leitoras oitocentistas).

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Publicado
2017-06-18
Como Citar
Duarte de Azevedo, N., & Pacífico Barbosa, S. de F. (2017). O circuito da produção de um impresso pornográfico: estratégias e táticas. Convergência Lusíada, 25(32). Recuperado de https://www.convergencialusiada.com.br/rcl/article/view/86
Seção
DOSSIÊ: PERCURSOS INTERCULTURAIS LUSO-BRASILEIROS: O LONGO SÉCULO XIX