TY - JOUR AU - Cruz Pereira, José Paulo PY - 2020/04/30 Y2 - 2024/03/28 TI - Mia Couto: escrita e racismo — ou “a arrogância de um único saber”... JF - Convergência Lusíada JA - Conv.Lusíada VL - 31 IS - 43 SE - DOSSIÊ DO - 10.37508/rcl.2020.n43a370 UR - https://www.convergencialusiada.com.br/rcl/article/view/370 SP - 92-111 AB - Seguimos aqui a distinção estabelecida por Mia Couto entre a escrita como criação literária — um modo de “descoberta da alteridade” — e a escrita como dispositivo técnico e valor cultural que dela nos pode privar. Tomada em sentido metafísico, enquanto representação secundária e exterior do signo — “um significante do significante” —, a escrita é criticamente retomada, por Jacques Derrida, como traço interno à própria linguagem. É também do mesmo ponto de vista crítico que leremos, não apenas Michel de Certeau, em L’Écriture de l’histoire, acerca de uma modernidade colonial marcada pela oposição binária escrita/oralidade, mas também a ideia de Mia Couto de que, se cultural e politicamente dada como fonte de um “único saber”, o sentido comum de escrita pode revelar-se como um último reduto do racismo. ER -