Chamada para nº 56 - Hibridismos na ficção contemporânea luso-brasileira

2025-07-16

Hibridismos na ficção contemporânea luso-brasileira
Organizadores: Paulo Alberto Sales (IFGoiano/UFG) e Jorge Vicente Valetim (UFSCar)

Prazo para submissão: até 30 de dezembro de 2025.
Publicação prevista para: julho de 2026.

As práticas artísticas recentes têm se constituído sob a perspectiva da iminência, ou seja, daquilo que está próximo ou prestes a acontecer. Ao se colocar fora de si, essa arte contemporânea ressalta a insignificância dos relatos totalizantes diante de um mundo em que as grandes narrativas já não são mais possíveis, universo, aliás, também marcado pela incredulidade nas metanarrativas que foram, no contexto pós-moderno, deslegitimadas, tal como defendido por Jean-François Lyotard (2006). Para Canclini (2016), a arte que emerge do aqui e do agora procede do atrativo de anunciar algo que pode acontecer ou, pelo menos, pode se modificar. Essa perspectiva de arte, e mais especificamente da literatura, presentifica-se no processo de expansão para além de seu próprio campo, na qual se desconfigura os binarismos realidade versus ficção e verdade versus simulacro. Na verdade, a perspectiva de jogo é incorporada ao texto literário que, por sua vez, passa a assumir outros suportes e outras funções, resultando, tal como definiu Wander Melo Miranda (2014, p. 135-136), em “formas mutantes”. Em diálogo com a noção de pós-autonomia de Josefina Ludmer (2007), Wander Melo Miranda (2014) destaca que os textos pós-autônomos não podem mais ser lidos por meio de categorias literárias consagradas como as de autor, de obra, de estilo, de écriture, de texto ou de sentido.

Pensando nessas questões, o número 56 da Revista Convergência Lusíada convida pesquisadores e estudiosos para envio de artigos sobre as multiformes manifestações da narrativa luso-brasileira que apresentam diversas formas de hibridismo, seja nas articulações entre ficção e escritas de si (autobiografia, autoficção, biografia, biografema, bioficção, carta, diário), seja nas aproximações entre ficção e ensaio, ficção e história, ficção e outras artes, dentre outras.